Patronos da Câmara

por osa — publicado 29/05/2013 12h45, última modificação 30/07/2018 15h28

Orlando Calasans

Orlando Calasans nasceu em Mogi das Cruzes, no ano de 1928. Seus pais, Heitor e Maria da Glória, transferiram-se com toda a família para Osasco em 1929. Fixaram residência na Rua André Rovai, onde permaneceram até 1940. Posteriormente, a família mudou-se para a Rua Padre Damaso.

nullCalasans foi o oitavo de 17 filhos. Cursou o primário no Grupo Escolar de Osasco, que na época era a única escola existente na cidade. Hoje, é conhecida por Escola Municipal Marechal Bittencourt.

Em 1941, Calasans passou a trabalhar como auxiliar de escritório na fábrica de vagões "SOMA" (Cia. Sorocabana de Materiais Ferroviários). Serviu ao Exército Brasileiro no 2° Regimento Anti-Aéreo do Quartel de Quitaúna, nos anos de 1946 e 1947. Deu baixa como 3° Sargento.

Mesmo trabalhando bastante, Calasans procurou estudar. Formou-se Técnico de Administração, pela Escola de Administração de Negócios de São Paulo, no ano de 1948.

Como funcionário da antiga Cobrasma, juntou-se a outros funcionários também dedicados às causas sociais e fundou a Sociedade de Auxílio Mútuo dos Funcionários da Cobrasma, que mais tarde transformou-se em cooperativa.

Desempenhou ainda atividades profissionais em várias empresas instaladas na cidade, como Moinho Santista e Eletroradiobrás. Aposentou-se em 1989, após 46 anos de trabalho.

Quando jovem, Calasans freqüentava a Associação Atlética Floresta, o mais famoso clube da época, onde tornou-se diretor-secretário do time juvenil de futebol de campo e diretor-tesoureiro do clube.

Além da natural liderança e humildade inerentes à personalidade de Calasans, ele demonstrava um grande sentimento cívico e patriótico. Tais qualidades o levaram a lutar pelo Movimento da Emancipação de Osasco. Como participante ativo, ajudou a reivindicar um plebiscito, atuando na "Ala Jovem" e participando das reuniões da "causa autonomista".

Calasans atuou como fiscal de urna nos dois plebiscitos realizados em Osasco. No primeiro, em 13 de dezembro de 1953, o “Não” venceu, mas, em 21 de dezembro de 1958, finalmente a autonomia é conquistada. Porém, os favoráveis pela emancipação teriam ainda que brigar por mais quatro anos, a fim de que Osasco pudesse ser reconhecida como município, em 19 de fevereiro de 1962.

Durante este tempo de espera, Calasans participou de passeatas, reuniões, visitas à Assembléia Legislativa e ao Palácio do Governo. Freqüentou jornais, igrejas, escolas e entidades existentes no Subdistrito de Osasco, na busca por adesão à causa autonomista e ajudando a manter acesa a "chama da autonomia".

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Edifício Orlando Calasans

Em 1961, Calasans casou-se com Mirian Viviani na antiga matriz de Santo Antônio e desta união nasceram os filhos Álvaro e Alberto.

Devido ao seu espírito de luta, dedicação, civismo e patriotismo, além de todo o trabalho desenvolvido durante a campanha pela criação do Município de Osasco, foi convidado em 1962 para disputar a eleição de vereador pelo PTN (Partido Trabalhista Nacional). Foi o mais votado, naquela que era a primeira eleição de Osasco.

Sua trajetória na vida pública, desde a juventude, seu perfil de grande administrador, seu caráter e personalidade íntegros fizeram com que Calasans fosse escolhido o primeiro presidente da Câmara Municipal. Seu trabalho nesta Casa foi difícil, mas conseguiu superar as dificuldades iniciais e organizar integralmente o recém criado "Poder Legislativo". 

Calasans administrou com competência, dedicação e muita seriedade. Ainda na organização do Poder Legislativo, contou com a preciosa colaboração do Dr. Hélio Djtiar, que o apresentou ao presidente da Câmara Municipal de São Paulo, e, também do Sr. Hélio Mendonça, que deu assessoria jurídica e financeira para que Calasans pudesse tomar ciência dos detalhes do funcionamento de uma câmara municipal.

Há de se destacar também a colaboração do Sr. Rafael Luiz Mayr, que assumiu a responsabilidade pela execução dos serviços de preparação de projetos desta Casa Legislativa e pelo treinamento dos primeiros funcionários.

Nesta época não havia verba disponível e Calasans recorreu ao Sr. Amador Aguiar, presidente do banco Bradesco, que forneceu um empréstimo. Aguiar, inclusive, cedeu todo o equipamento necessário para o funcionamento da Câmara, como mesas, cadeiras e máquinas de escrever.

Vale ressaltar também que os impressos e todo o material de expediente necessários para o funcionamento da Câmara foram generosamente fornecidos pelo Sr. José Viviani, sogro de Orlando Calasans e proprietário de uma tipografia e papelaria. Viviani também era participante da "causa autonomista" e não impôs limites para o presidente.

Orlando Calasans, homem público, cidadão de comportamento ilibado, sofreu as conseqüências do regime político vigente. Acusado injustamente, foi preso e torturado. Em 1966, com o término de seu mandato, encerrou definitivamente a participação na vida pública e passou a se dedicar mais à família e ao trabalho. Desenvolveu a habilidade de marcenaria, recuperando móveis antigos com perfeição e excelência. Não tinha nenhum retorno financeiro, apenas a satisfação pessoal em ajudar ao próximo.

Após um longo período de internação, Orlando Calasans retornou ao Criador no ano de 2007. Mas toda sua bravura, determinação e bondade estarão para sempre na memória e no coração daqueles que o conheceram e, agora, na forma de um dos patronos da Câmara Municipal de Osasco.

João Macedo de Oliveira

João Macedo de Oliveira nasceu em 1916, na cidade paulista de Serra Azul, região de Ribeirão Preto. 

nullEm 1932, quando se preparava para cursar a Academia de Polícia, eclode a Revolução Constitucionalista. Com apenas 16 anos, jovem, sonhador, com um grande espírito cívico e patriótico, João Macedo de Oliveira segue para o "front", no posto de 3° Sargento.

Entretanto, cessado o "Movimento Constitucionalista", todos os membros da Força Pública com menos de um ano de serviço militar foram dispensados da corporação. Macedo, desejoso de seguir a carreira militar, incorporou-se à Força Pública de São Paulo no ano seguinte, como soldado raso. Com o passar dos anos, Macedo foi sendo aprovado nos exames e subindo de posto. Passou por Sargento-Escrevente e, em 1940, com muito esforço e paixão pela vida militar, foi aprovado nos exames vestibulares para a gloriosa Academia de Polícia Militar do Barro Branco, onde ocupou vários cargos de comando.

Sendo um homem resoluto, sempre disposto a criar novos espaços, João Macedo implantou em Osasco, ano de 1961, a Associação Cristã de Moços (ACM), sendo eleito como primeiro presidente, e foi um dos fundadores da JUCO - Juventude Cívica de Osasco.

Empreendedor nato, voltado aos ideais da cultura e informação, fundou em 1965 o jornal A Região, sendo, na época, o veículo de comunicação mais lido e respeitado na cidade, pela sua integridade e credibilidade. Nele se estampava a vida social, cultural, política e esportiva da cidade. João Macedo dirigiu o jornal por 21 anos.

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Anexo João M. de Oliveira

Graças à cultura adquirida durante todos esses anos, Macedo colocou em prática tudo o que aprendeu, sendo um dos fundadores do lnstituto Histórico-Geográfico de Osasco e da Academia de Letras e Artes de Osasco, a qual presidiu no ano de 1986.

 

João Macedo de Oliveira foi casado com a Sra. Yone Macedo de Oliveira. Tiveram três filhos (Vera Lúcia, Beth e Alfredo), dez netos e quatro bisnetos.

 

Depois de uma vida repleta de sonhos, trabalho e realizações, Macedo faleceu aos 30 de julho de 1999.