Parlamentares osasquenses repudiam projeto que prevê demissão de milhares de frentistas

por Divisão de Comunicação publicado 06/10/2021 17h50, última modificação 08/10/2021 17h59
Vereadora Lúcia da Saúde criticou deputado federal que quer automação de postos de combustíveis
Parlamentares osasquenses repudiam projeto que prevê demissão de milhares de frentistas

Foto: Ricardo Migliorini/CMO.

Por Ana Luisa Rodrigues

A vereadora Lúcia da Saúde (Podemos) apresentou na Câmara de Osasco, nesta terça-feira (05) uma moção repudiando a emenda proposta pelo deputado federal Kim Kataguiri (DEM), que propõe anular os efeitos da Lei 9956/2000, que proíbe o funcionamento de bombas de autosserviço nos postos de combustíveis. De acordo com a parlamentar osasquense, caso a emenda seja aprovada, “isso pode causar a demissão de 500 mil frentistas em todo território nacional. Se considerar lares com três pessoas, atingirá cerca de 1,5 milhão de pessoas, fator que preocupa”, disse Lúcia.

Lúcia da Saúde disse que o tema foi abordado por Luiz Arraes, presidente do Sinpospetro - Sindicato dos Empregados em Postos de Serviços de Combustível e Derivados de Petróleo, que também mostrou bastante preocupação com a proposta do deputado federal Kim Kataguiri.

“O que Kataguiri quer é que os postos funcionem como nos Estados Unidos, no sistema self-service. Ele acredita que sem frentista os preços abaixam. Mas, isso não vai impactar em nada nos valores do combustível, porque a folha de pagamento não chega a 3% dos custos”, afirmou Lúcia.

A indignação de Lúcia da Saúde foi compartilhada por outros parlamentares que se manifestaram durante a sessão de expediente da 24ª Sessão Ordinária.

Emerson Osasco (Rede) criticou a posição do Deputado Federal a quem considera uma pessoa que não sabe o que é ser assalariado e também afirmou que Kataguiri deveria se preocupar em promover ações que aumentem os postos de trabalho ao invés de reduzi-los.

“Ele não quer apenas criar uma lei. Ele quer criar desemprego em um momento de pandemia com 14,4 milhões de brasileiros desempregados, ao invés de se preocupar com a retomada da economia, de baixar o preço da gasolina. Ele está preocupado em aumentar a miséria, retirando o emprego de pessoas”, criticou Emerson Osasco. "O parlamentar disse que deve haver modernização, mas que o emprego das pessoas também precisa ser modernizado e não eliminados". concluiu.

Preocupada com o desmonte dos postos de trabalho, Juliana da Ativoz (PSOL) também falou sobre a precarização do trabalho e sobre a fome que cresce devido à falta de emprego. “A gente não está no momento em pensar em desmontar ainda mais a vida do trabalhador e da trabalhadora. Passamos por momentos em que as frentes de trabalho estão precarizadas por causa do momento político e econômico que estamos vivendo. A população se alimenta de carcaça de frango e querem reduzir o mercado de trabalho?”, questionou Juliana.

A proposta de eliminação de postos de trabalho — não apenas nos postos de combustíveis e nas empresas de transporte coletivo — foi lembrada por Pelé da Cândida (MDB). “Infelizmente não estamos só retrocedendo com a falta de criação de postos de trabalho. Eles estão diminuindo! A CPTM começou a fechar os guichês, remanejar os efetivos e demitir contratados. Vemos isso também com os cobradores de ônibus. Empresas milionárias ganham o que querem e têm monopólio há anos, querendo agora tirar os cobradores. É uma vergonha. É um absurdo o motorista ter que cobrar e dirigir” afirmou Pelé, indignado com a destruição dos postos de trabalho.

Segundo informações da secretaria de Transportes Metropolitanos do Estado de São Paulo, até o final do ano todas as bilheterias do Metrô e da CPTM devem ser fechadas e a compra de bilhetes será feita apenas no autoatendimento e por aplicativo. Além disso, muitas empresas de ônibus da região metropolitana já circulam apenas com o motorista, que também exerce a função de cobrador.

Julião (PSB) lembrou que além dos mais de 14 milhões de desempregados, há também de se considerar os trabalhadores que já estavam na informalidade e encontram dificuldades para retomar a renda. “Tem muitos desempregados que já estavam na informalidade, então esse número é muito maior. Essa iniciativa vai na contramão da realidade que temos no país”, comentou o vereador.

Presidente da Frente Parlamentar de Geração de Emprego, Trabalho, Renda e Desenvolvimento Econômico, a vereadora Elsa Oliveira (Podemos) falou sobre a importância da participação dos parlamentares na Frente, para que esses assuntos sejam amplamente debatidos e que sejam encontradas soluções para o problema do desemprego em Osasco.

“Participem da Frente. Estamos recebendo diversas empresas na cidade, mas precisamos entender efetivamente o quanto de empregos estão gerando para os osasquenses”, disse Elsa.

Multimídia - 24ª Sessão Ordinária

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