Parlamentares refletem sobre preconceito a religiões de matrizes africanas

por COMUNICAÇÃO — publicado 23/03/2023 14h40, última modificação 23/03/2023 15h14
Moção pelo Dia Nacional das Raízes de Matrizes Africanas fomentou debate

Por Deniele Simões. Fotos: Robson Cotait.

Na Sessão Ordinária desta quinta-feira (23), os vereadores de Osasco refletiram sobre os preconceitos e dificuldades vividos pelos praticantes das religiões de matrizes africanas.

O tema foi discutido na votação da Moção de Reconhecimento 73/2023, pelo Dia Nacional das Tradições das Raízes de Matrizes Africanas e Nações do Candomblé.

Prevista no calendário nacional pela lei federal de 14519/2023, a data é comemorada em 21 de março.

A autora, vereadora Juliana da AtivOz (PSOL), falou sobre o preconceito e apresentou estatísticas. “O número de denúncias de intolerância religiosa no Brasil aumentou 106% em apenas um ano. Passou de 583, em 2021, para 1200, em 2022 – uma média de três por dia”, revelou.

Mapeamento realizado pela Prefeitura de Osasco em 2021 identificou 44 terreiros na cidade, sendo 41% de casas de umbanda e 59% de casas de candomblé de diversas denominações.

Segundo Juliana, as maiores vítimas são os praticantes de religiões de matrizes africanas, como umbanda e candomblé. “São as que mais sofrem com o preconceito religioso. Historicamente são desrespeitadas, invisibilizadas e oprimidas”, disse.

Nova Lei

O Dia Nacional das Tradições de Raízes de Matrizes Africanas e Nações do Candomblé pode ajudar a trabalhar a questão do preconceito. “Reconhecemos esse dia e nos unimos aos povos na luta por um país sem intolerância religiosa e por um estado laico, e que sejam respeitadas todas as formas de crenças e não crenças também”, afirmou Juliana.

O vereador Emerson Osasco (REDE) lamentou a violência causada pelo preconceito. "A intolerância religiosa mata pessoas todos os dias e a grande maioria é de religiões de matrizes africanas”.

O presidente da Câmara, vereador Carmônio Bastos (Podemos), trouxe à tona o problema vivido em Uganda, que recentemente criminalizou atitudes LGBTQIA+. “Quando se fala em matrizes africanas, é triste ver isso em um país 100% negro“, concluiu.

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