Movimento Estudantil e Político no Município de Osasco: Conhecendo as Raízes

por osa — publicado 27/07/2013 14h24, última modificação 04/01/2018 11h29
A população da Vila Osasco era composta por italianos, balcânicos, anglo-saxões, russos, poloneses, turcos, poucos alemães, alguns sírios e suecos. Pessoas que podiam não saber ler e escrever em português, mas conheciam muito de perto a importância da escola na vida das pessoas.

 

Desde que as pessoas passaram a viver em cidades, a escolaridade começou a diferenciá-las na formação das classes sociais que, com o passar dos anos, viriam a se consolidar. Assim, o ditado popular "quem não lê, mal ouve, mal fala e mal vê" não surgiu por acaso. Para muitos dos imigrantes que chegaram à Vila Osasco, a falta de escolaridade, pelo menos em parte, foi razão para imigrar. Assim, os primeiros habitantes do km 16 da Sorocabana já lutavam para proporcionar a seus filhos os primeiros anos de escola.

Um bom exemplo disso foram as classes mistas de alunos, que surgiram com o objetivo de ensinar as crianças - filhos de operários - a ler e escrever.

A primeira destas classes foi a da fábrica de papel e papelão Sturlini & Matarazzo.

Depois, na década de 20, o Largo passou a ter uma escola para crianças, em prédio cedido pelo Coronel Delfino Cerqueira.

No final da década seguinte, o distrito contava com três escolas e um grupo escolar. Duas escolas na Vila Osasco e uma em Presidente Altino. São Paulo: Incêndio no prédio da UNE

O grupo escolar ficava na rua Primitiva Vianco, próximo ao Largo de Osasco. A casa que abrigou o grupo escolar era o Coronel Delfino Cerqueira quem conservava. As crianças, de avental branco e descalças, somavam um total de 651 matriculadas. Porém, existiam no distrito perto de mil crianças que necessitavam de instrução primária. Este foi o saldo registrado pela Inspeção Sanitária de 1939.

Como a luta pela emancipação do distrito começou em 1947, os moradores conseguiram ter seus poucos pedidos atendidos pelos administradores de São Paulo. Assim, em 1953, o distrito contava com quatro escolas: duas públicas, o Colégio Estadual Antônio Raposo Tavares (CEART) no centro da cidade, e o GEPA, hoje Escola Estadual Alice Velho Teixeira; e duas particulares: o Ginásio Duque de Caxias, no centro, e o Colégio Misericórdia, na Vila Osasco.

Emancipação e Movimento Estudantil

Fundação Perseu Abramo - Arquivo

São Paulo: Manifestação em repúdio pela morte de Edson Luís

São Paulo: Manifestação em
repúdio pela morte de Edson Luís

Por falta de habilidade política, organização e articulação popular, o 14° subdistrito da Capital não conseguiu se emancipar no plebiscito de 1953.

Teve de esperar mais cinco anos, por exigência de lei, para voltar a lutar pela sua autonomia.

Uma das lições aprendidas pelos primeiros autonomistas era a necessidade de mobilização popular em torno da proposta de autonomia. O inimigo mais complicado de ser vencido era a precária condição de vida urbana. Depois, vinha a ventura de reunir a população que vivia dispersa em um território de difícil acesso, entre um ponto extremo e outro da cidade. 

Comer poeira na seca e amassar barro na cheia não era privilégio de uns e desgraça de outros. Era um problema efetivamente coletivo e que só poderia ser resolvido com a união de todos. E foi a dificuldade cotidiana que levou os estudantes secundaristas à luta pela autonomia.

O CEART já tinha grêmio estudantil em 1957 e seu presidente recém-eleito chamava-se Gilberto Port. Toda a tarefa de mobilização, articulação e divulgação do pleito autonomista de 1958, contou com a ativa participação dos estudantes. Afinal, eles também amassavam barro e comiam poeira. 

O segundo plebiscito ocorreu em 21 de dezembro de 1958. Apesar de só poderem votar os residentes ou os domiciliados em Osasco há mais de dois anos, nesta eleição votaram moradores de outras regiões. Além disso, o eleitor Benedito Soares de Melo, inscrito para votar, faleceu no dia 9 de dezembro. Mesmo assim, "votou" pela emancipação. 

Neste plebiscito, 8 mil dos 24 mil eleitores votaram e o grupo do "Sim" venceu por uma diferença de 1300 votos.

Mesmo com a vitória, o processo de emancipação sofreu muitos entraves e disputas judiciais, tendo tramitado em todos os escalões judiciários. Foi julgado duas vezes no Supremo Tribunal Federal. Entre 1958 e 1962, os autonomistas brigaram na Justiça pela validade do pleito. E, nesta nova batalha, a participação dos estudantes secundários outra vez se fez sentir. No dia 17 de setembro de 1959, o jornal "A Gazeta", de São Paulo, noticiou o comício realizado no dia anterior, no Largo da Estação, em Osasco, citando o ato de protesto realizado pelos estudantes osasquenses. Ocasião em que o acadêmico Antônio José Luciano, estudante da Faculdade de Direito da USP, fez uso da palavra para hipotecar sua solidariedade ao movimento pela autonomia. Antônio José conhecia de perto as dificuldades diárias dos osasquenses em relação ao transporte urbano, pois viajava de trem e ônibus todos os dias para estudar no Centro de São Paulo.

Todas as ações realizadas pelos estudantes na busca de chamar a atenção para a necessidade de tornar a emancipação válida eram apoiadas e divulgadas no distrito pelo jornal "A Vanguarda".

Fundação Perseu Abramo - Arquivo

Congresso da Une em Ibiúna/SP

Congresso da Une em Ibiúna/SP

Finalmente, a primeira eleição para definir o prefeito de Osasco foi marcada para 7 de janeiro de 1962, pelo Tribunal Regional Eleitoral. Um dia antes da votação, o prefeito de São Paulo, Adhemar de Barros, conseguiu um mandado contra a realização das eleições, acolhido pelo Supremo Tribunal Federal. Este fato causou revolta na população, que promoveu uma verdadeira rebelião, quando os osasquenses marcharam para São Paulo a fim de reivindicar o direito de votar. 

Nesta fase, houve uma comoção na cidade, que se cobriu de luto. Os estudantes ajudaram o comércio a fechar e a se enfeitar de preto em sinal de protesto. Uma bandeira negra foi hasteada no Largo.

O ambiente era tenso. E, para contribuir, espalhou-se a notícia de que a esposa do prefeito Adhemar de Barros estava na casa de uma das líderes do movimento anti-autonomistas. Para lá se dirigiu uma enorme massa popular, encabeçada por estudantes, com o objetivo de destruir o carro que trouxera a visitante até a cidade. Para frustração de todos, a primeira-dama de São Paulo conseguiu fugir pelos fundos da casa.

Organizou-se uma marcha para a Assembléia Legislativa, incluindo a passagem pela casa do prefeito e visitas a jornais. Uma centena de veículos, caminhonetes, peruas, caminhões, com faixas e dizeres alusivos e panos pretos, seguiu para o Palácio 9 de julho.

A caravana parou no Vale do Anhangabaú e, com estridente buzinar, outros carros se juntaram a ela. Na Assembléia, o grupo foi recebido pelos deputados e de lá, rumou para o Palácio do Governo.

Quando se aproximaram do palácio, tiveram sua passagem barrada por um pelotão de choque da força pública, com metralhadoras assentadas no meio da rua. Foi permitida a passagem a dois emissários para falar com o governador.

Seguiram para a residência do prefeito, Ademar de Barros, guardada pelo guarda civil e não foi permitida a parada. 

Dando continuidade ao protesto, nos dias seguintes foram colocadas urnas para que os eleitores devolvessem seus títulos ao Tribunal Eleitoral, demonstrando a sua inutilidade. Em um só dia, foram devolvidos 4200 títulos. Uma pira ardente ficou acesa durante quase um mês. O fogo simbólico só seria extinto pelo primeiro prefeito, Hirant Sanazar.

As lutas para efetivar a emancipação deram experiência e articulação política ao grupo de estudantes do grêmio estudantil do CEART, que resolveu lançar a candidatura de um estudante para disputar a vereança na primeira eleição. Para surpresa de muitos políticos, os estudantes elegeram Gilberto Port como o quarto vereador mais votado do primeiro pleito. Com isso, passaram a ter representatividade política na cidade.

Estudantes na Política Osasquense

1959: Manifestação estudantil pelo "sim" à emancipação.

1959: Manifestação estudantil
pelo "sim" à emancipação.

Os estudantes, que fizeram um curso de formação política durante as dificuldades enfrentadas para efetivar a emancipação, tornaram-se cidadãos atuantes nas decisões durante o primeiro mandato.

Já nas primeiras decisões demonstram porque elegeram representante. Por ocasião da definição dos valores a serem recebidos pelos vereadores para exercerem seus mandatos, os estudantes não concordaram com o valor estabelecido e foram à Câmara para pressionar os edis na votação.

Como não conseguiram se fazer entender quando das discussões da matéria, resolveram agir, promovendo um quebra-quebra nas instalações da Casa. A polícia foi chamada para conter os manifestantes, mas só chegou quando a destruição já estava consumada.

Deste ato em diante, a participação dos estudantes se fez sentir nas decisões. Foi de autoria do vereador eleito por eles que surgiram os primeiros benefícios: a criação, por interferência do vereador Gilberto Port, da UEO, a União dos Estudantes de Osasco, entidade que congregava os quatro grêmios estudantis da cidade.

A entidade propôs a criação da Casa do Estudante de Osasco, que seria construída em terreno de propriedade da prefeitura, cedido em comodato por 30 anos e localizado na rua Primitiva Vianco.

Para fazer frente à sua manutenção, a UEO obteve junto ao Poder Executivo a concessão de subvenção anual que começou a ser repassada em 1963.

À medida em que a administração municipal se consolidava, o poder estudantil se desenvolvia. Não importava o que fosse os estudantes participavam e atuavam na vida pública do jovem município. Era a consolidação do desenvolvimento político e social, que começou com a própria organização do espaço urbano. 

Quando o município aconteceu, a tônica da educação era inevitável, pois sua força social já era uma realidade consagrada. 

Em 1966, os estudantes resolveram criar o CEO - Circulo Estudantil de Osasco, grupo que tinha como determinação política nunca eleger a mesma pessoa para vereador. Assim, na campanha política de 1966, elegeram Pedro Proscorsi vereador. Gilberto Port também se reelegeu.

As orientações de esquerda já aconteciam e a liderança do CEO passou a receber orientação de guerrilha, articulada com Carlos Lamarca.

7 de setembro de 1963: participação da União dos Estudantes de Osasco no 1º desfile após a emancipação da cidade

7 de setembro de 1963: participação da
União dos Estudantes de Osasco no
1º desfile após a emancipação da cidade

Em 1967, a alfabetização de adultos foi a grande bandeira dos vereadores-alunos. Outra proposta desta legislatura foi bolsa de estudo para os alunos pobres. Com estas iniciativas, as lideranças político-estudantis se consolidavam na cidade e na região. Porém, o golpe militar tentou destruir as lideranças estudantis construídas ao longo do processo da emancipação. Assim, depois de 1964, universitários e secundaristas resistiam ao governo dos militares enquanto podiam. O idealismo juvenil foi se irradiando pelas ruas na defesa de melhorias para o ensino público e em prol da qualidade de vida da maioria da população.

Os Estudantes e a Revolução de 1964

Depois de instalado o governo autoritário de 1964, ocorreu a diversificação de grupos políticos no cenário nacional e, conseqüentemente, no movimento estudantil. No cenário nacional, os partidos foram dissolvidos e, a partir de 1965, por imposição do regime, passaram a existir somente dois partidos: a situacionista Aliança Renovadora Nacional (Arena) e a oposição "moderada" do Movimento Democrático Brasileiro (MDB), que era uma frente de partidos colocados na ilegalidade. Fora do campo institucional, vários grupos resistiram e procuravam combater a ditadura pela guerrilha urbana ou rural. Dentre eles, os principais foram: Partido Comunista do Brasil (PCdoB), uma das maiores dissidências do PCB, criado em 1962; Aliança Libertadora Nacional (ALN), cisão do PCB surgida em 1967; Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR), outra cisão do PCB formalizada em 1968; Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8); Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), que enfatizava a ação revolucionária imediata; Ação Popular (AP), nascida em 1961, com a divisão da Juventude Universitária Católica (JUC), que tinha maior peso no Movimento Estudantil; Organização Revolucionária Marxista-Política Operária (Polop), fundada em 1961; e Partido Operário Revolucionário (Port), fundado em 1953 e que reivindicava Trotskismo.

Esses grupos políticos surgiram por meio das várias concepções e leituras que os militantes tinham para enfrentar o regime autoritário de 1964. Ao contrário do meio estudantil desta década, o alunado secundarista de Osasco fez proposições diferentes e teve formas conflitantes de encaminhar o movimento. Com isso, alguns segmentos mais radicais conseguiram conquistar mais adeptos que outros mais moderados. Assim, nada mais normal que a notícia do "Diário da Noite" de 25 de junho de 1968: "Delegado do Dops acusou prefeito de Osasco de agitador". E Guaçu Piteri se defendeu com uma nota especialmente publicada no jornal, que justificava ou esclarecia a necessidade de vigilância sobre o alunado de Osasco.

Dizia a nota: "Pela madrugada de segunda, às três horas, fui despertado em minha residência pelo delegado Orlando Rosanti, que se identificou como autoridade policial a serviço do Dops. Estava acompanhado de um investigador e de soldados. Em tom solene, fui então notificado: de ordem do senhor governador e autoridades superiores, se algum estudante de Osasco participar da passeata o senhor será responsabilizado". 

Fundação Perseu Abramo - Arquivo

Depredação no prédio da Faculdade de Filosofia da USP

Depredação no prédio da
Faculdade de Filosofia da USP

Uma série de grupos guerrilheiros surgiria a partir de 1964, em meio ao refluxo dos movimentos populares, desmantelados pela repressão - que também golpeava duramente as organizações de esquerda, as quais se encontravam em pleno processo de "autocrítica", como se dizia na época. Sua principal fonte de recrutamento de militantes estava no meio estudantil, berço do único movimento de massas que se rearticulou nacionalmente nos primeiros anos do pós-64, lançando-se em significativos protestos de rua, especialmente em 1968.

As organizações guerrilheiras tinham divergências entre si: acerca do caráter da revolução brasileira (para algumas, a revolução seria nacional e democrática, numa primeira etapa; para outras, ela já teria caráter imediatamente socialista); sobre as formas de luta revolucionária mais adequada para chegar ao poder (a via guerrilheira mais ou menos nos moldes cubanos; o cerco das cidades pelo campo, de inspiração maoísta; a insurreição popular, etc.); bem como sobre o tipo de organização política a ser construída - discutia-se muito a necessidade ou não de um partido nos moldes leninista.

Por outro lado, as organizações armadas também apresentavam aspectos em comum, tais como: a prioridade revolucionária da ação armada, contra o suposto imobilismo de partidos como o PCB; a interpretação da economia brasileira como vivendo um processo irreversível de estagnação.
A fim de iniciar a guerrilha rural, seria necessário conseguir armamentos e dinheiro. Daí vários grupos terem empreendido ações urbanas, como, por exemplo, assaltos a bancos e roubos de armas. Como a ditadura ia aperfeiçoando seu aparelho repressivo, efetuando prisões, seguidas de infindáveis torturas, algumas organizações resolveram promover seqüestros de diplomatas - o primeiro deles foi o do embaixador norte-americano - para forçar a libertação de presos políticos e divulgar a luta armada.

Movimento Estudantil e a Greve de Julho de 1968

Diferentemente de Contagem (MG), a organização política de origem estudantil participou da oposição sindical. Em Osasco, desenvolveu-se um sentimento de repulsa às organizações políticas e de tentativa de independência em relação aos movimentos de estudantes de São Paulo, o que era natural. Afinal, Osasco, em quase dez anos de luta para sua emancipação política, não havia podido contar com nenhuma organização política de peso que justificasse a sua participação na vida e nas decisões sociais pós-emancipação.

A luta para pela emancipação construiu nos moradores de Osasco um forte sentimento de 'bairrismo'. Por outro lado, os jovens osasquenses que foram para as universidades trouxeram uma visão ainda mais negativa da atuação política dentro do movimento estudantil. Assim, o que se desenvolveu na cidade foi uma forte influência estudantil sobre todos os segmentos sociais. Isto aconteceria por meio da negação repetitiva de práticas pejorativas classificadas como pequeno-burguesa, que acabou construindo a condição favorável para uma influência mais profunda e duradoura do movimento estudantil sobre o operário. O maior agente divulgador desta influência foi, inegavelmente, grupo formado pelos estudantes secundaristas de Osasco.

Desta forma, é obvio que boa parte dos líderes de Osasco haviam sido ou eram estudantes secundaristas, como José Ibrahim, Roque da Silva, José Campos Barretos, e muitos outros. O movimento secundarista de Osasco iniciou o seu desenvolvimento rumo ao CEO (Círculo Estudantil de Osasco) em 1965, mas a entidade só foi fundada em 1966, logo após as tentativas para promover passeatas em solidariedade aos universitários paulistas.

O primeiro presidente do CEO foi José Barreto. Roque da Silva integrava as diretorias da CEO, do Sindicato dos Metalúrgicos e também da União Brasileira de Estudantes Secundaristas (UBES) e a Comissão da Cobrasma. 

Fundação Perseu Abramo - Arquivo

São Paulo: Confronto entre polícia e estudantes na Rua Maria Antônia em 1968

São Paulo: Confronto entre
polícia e estudantes na
Rua Maria Antônia em 1968

As tentativas dos secundaristas era no sentido de reproduzir as manifestações dos estudantes de outras cidades. Um caminho mais eficaz entre a política estudantil e a operária. Por isso, quando Osasco queria se fazer ouvir, fazia passeata de estudantes e colocava toda a polícia e as lideranças políticas em estado de alerta máximo. Era a demonstração de força de um grupo social que havia, com o passar dos anos, aprendido a lutar com suas armas de Davi contra o gigante Golias da política estadual e nacional. O grupo de Osasco tinha, em curtíssimo espaço de tempo, condições plenas e comprovadas de se mobilizar para responder, fazendo propaganda ou organizando lutas e reivindicações dos operários ou estudantes da cidade. Prova efetiva disso aconteceu na campanha política de 1966, quando a UNE (União Nacional dos Estudantes) propunha o voto nulo. O grupo adotou uma posição singular, a de anular os votos para deputados e senador, mas participar ativamente da campanha eleitoral no âmbito municipal. Apoiou um candidato próprio a vereador, pela legenda da oposição. Também fez propaganda de dois outros candidatos a vereador, e elegeu todos.

Depois de março de 1968, ou seja, após a passeata em protesto à morte de Edson Luís, Osasco entraria no processo de luta ideológica que se travava na esquerda. 

A última grande demonstração de força e organização do grupo de estudantes secundaristas de Osasco aconteceu por ocasião da greve da Cobrasma, em julho de 1968. Depois, o debate travado em Osasco também se dividiu em dois: uma parte do grupo se posicionou a favor da guerrilha rural, e os outros membros foram se retraindo e se desmobilizando.

Os anos de chumbo fizeram adormecer as lideranças políticas-estudantis na cidade. Porém, deram margem ao surgimento da liderança universitária de Francisco Rossi, eleito presidente do diretório acadêmico da Faculdade de Direito de Osasco (hoje Unifieo) em 1971, com 82% dos votos para a chapa Renovação. Tornou-se prefeito com maioria absoluta dos votos, pela Arena, no ano seguinte, e tomou posse em 31 de janeiro de 1973.

Durante as duas décadas seguintes, o movimento estudantil de Osasco adormeceu e se desmobilizou. Só voltou a mostrar alguma reação a partir da década de 90. Mas foi um brilho efêmero.