Crônicas do Passado Osasquense
Osasco não chegou a ser a quinta cidade em desenvolvimento urbano no Estado da noite para o dia. Para chegar onde está, muito pó e barro foram amassados pelos antigos moradores. Para contar um pouco destes momentos é que reescrevemos o desenvolvimento urbano contado pelos jornalistas do primeiro decênio do município. (MD)
Visitem Osasco Antes que Desapareça
Largo de Osasco nos anos 40 |
Não vai tão longe o tempo em que o Largo de Osasco era um canteiro de obras sem fim. Porém, entre o largo que deu origem à vila Osasco, o largo que o Distrito conheceu e o largo de hoje, observamos uma grande modificação.
O largo só se tornou realmente largo graças a várias desapropriações. Para tal, houve muita reclamação dos jornais da época. E aqui vamos recordar uma matéria do jornal Municípios em Marcha de 27 de abril de 1969. Conta o repórter:
“Sair da rua Primitiva Vianco em direção ao largo é como se tivesse acontecido um bombardeio. A área que foi desapropriada e o lixo não-removido pertencente às demolições, alimentam o cenário de guerra”.
O Largo já era largo em 1969 |
O largo, segundo a reclamação da imprensa, se tornara um reduto de crianças que sob a idéia de que eram realmente engraxates, molestavam quem passava pelas calçadas do já complicado trecho.
Como se já não bastasse, a calçada da rua Antônio Agu se encontrava em péssimo estado de conservação e os tombos eram comuns entre o lixo atirado pelos transeuntes.
Some a isso a presença de água mal-cheirosa, que permanecia entre a calçada e o leito carroçável. Quando os carros passavam, arremessavam a água em cima de quem estivesse na calçada.
Curso
natural do Rio Tietê |
A primeira entrada para contornar a ilha pluvial,
que hoje conhecemos com Rochdale, quase foi fechada após a
conclusão das obras de correção das margens do rio Tietê em
Osasco. Assim, o braço de rio que ficou pra trás dessa primeira abertura ficou
conhecido por Braço Morto.
Nas décadas de 50 e 60, esta região era constituída por
moradias de pessoas
simples. O número de crianças era imenso e não existia área
de recreação.
Porém, suas ruas já eram calçadas, afinal estamos falando de
um bairro que foi criado pra ser um modelo de desenvolvimento
cooperado. Das águas do Braço Morto pouca coisa pode ser avistada, já
que a água estava invadida por plantas aquáticas, propiciando a
proliferação de insetos. Suas margens eram invadidas pelo
mato mas era no canal que as crianças praticavam natação.
Por isso, a matéria do jornal
"Municípios em Marcha" de 13 de março de 1969 sugeria que
administrador municipal
tornasse o Braço Morto numa área de lazer.
Por lei estadual, o Braço Morto deveria ser uma área de preservação ambiental, contínua ao Parque do Tietê. Mas o tempo passou, a área não foi aproveitada e atualmente é uma "ferradura" de áreas livres, onde moram milhares de pessoas.