Crônicas do Passado Osasquense

por osa — publicado 08/08/2013 12h30, última modificação 04/01/2018 11h30
Entre o Baço Morto e Largo Antônio Menck dois tempos difíceis para o desenvolvimento da cidade

 

Osasco não chegou a ser a quinta cidade em desenvolvimento urbano no Estado da noite para o dia. Para chegar onde está, muito pó e barro foram amassados pelos antigos moradores. Para contar um pouco destes momentos é que reescrevemos o desenvolvimento urbano contado pelos jornalistas do primeiro decênio do município. (MD)

Visitem Osasco Antes que Desapareça

Largo de Osasco, anos 40: primeira estação, que fora construída por Antônio Agu. Ao fundo, a Cerâmica Industrial Osasco

Largo de Osasco nos anos 40

Não vai tão longe o tempo em que o Largo de Osasco era um canteiro de obras sem fim. Porém, entre o largo que deu origem à vila Osasco, o largo que o Distrito conheceu e o largo de hoje, observamos uma grande modificação.

O largo só se tornou realmente largo graças a várias desapropriações. Para tal, houve muita reclamação dos jornais da época. E aqui vamos recordar uma matéria do jornal Municípios em Marcha de 27 de abril de 1969. Conta o repórter:

“Sair da rua Primitiva Vianco em direção ao largo é como se tivesse acontecido um bombardeio. A área que foi desapropriada e o lixo não-removido pertencente às demolições, alimentam o cenário de guerra”.

1969 - Largo da Estação Osasco. Ao fundo, o cine Glamour

O Largo já era largo em 1969

O largo, segundo a reclamação da imprensa, se tornara um reduto de crianças que sob a idéia de que eram realmente engraxates, molestavam quem passava pelas calçadas do já complicado trecho.

Como se já não bastasse, a calçada da rua Antônio Agu se encontrava em péssimo estado de conservação e os tombos eram comuns entre o lixo atirado pelos transeuntes.

Some a isso a presença de água mal-cheirosa, que permanecia entre a calçada e o leito carroçável. Quando os carros passavam, arremessavam a água em cima de quem estivesse na calçada.

Braço Morto Já Foi Lagoa

Antiga ponte do Jd. Rochdale

Curso natural do Rio Tietê
sob ponte do Jd. Rochdale

A primeira entrada para contornar a ilha pluvial, que hoje conhecemos com Rochdale, quase foi fechada após a conclusão das obras de correção das margens do rio Tietê em Osasco. Assim, o braço de rio que ficou pra trás dessa primeira abertura ficou conhecido por Braço Morto.
Nas décadas de 50 e 60, esta região era constituída por moradias de pessoas simples. O número de crianças era imenso e não existia área de recreação. Porém, suas ruas já eram calçadas, afinal estamos falando de um bairro que foi criado pra ser um modelo de desenvolvimento cooperado. Das águas do Braço Morto pouca coisa pode ser avistada, já que a água estava invadida por plantas aquáticas, propiciando a proliferação de insetos. Suas margens eram invadidas pelo mato mas era no canal que as crianças praticavam natação. Por isso, a matéria do jornal "Municípios em Marcha" de 13 de março de 1969 sugeria que administrador municipal tornasse o Braço Morto numa área de lazer.

Por lei estadual, o Braço Morto deveria ser uma área de preservação ambiental, contínua ao Parque do Tietê. Mas o tempo passou, a área não foi aproveitada e atualmente é uma "ferradura" de áreas livres, onde moram milhares de pessoas.