Pontes Viabilizaram a Integração de Osasco

por osa — publicado 08/08/2013 12h30, última modificação 04/01/2018 11h30
Piratininga tinha a ponte pencil, Rochdale a ponte de madeira e a vila São José a ponte de tambor. Todas uniam um lado e outro da cidade


Antiga ponte do Jd. Piratininga

Antiga ponte do Jd. Piratininga

Mara Danusa

Quando hoje vivemos o conforto de ir de um lado a outro da cidade com modernas pontes e anéis viários em três pontos diferentes no espaço de apenas 4 km, queremos acreditar que sempre foi assim.

No entanto, a história começa assim: “ligando o km 17 da [estrada de ferro] Sorocabana com o bairro do Jd. Piratiniga, está uma ponte de madeira. São operários que atravessam a pé, ou empurrando suas bicicletas rumo ao trabalho.

O maior movimento é na parte da tarde, quando os trabalhadores chegam da capital. Aí então, a ponte chega a balançar devido a correria e o grande número de pedestres. Seu assoalho está podre, sustentando na base central, sem as duas cabeceiras, com tábuas pregadas. Tudo improvisado.

Sobre a ponte existe iluminação de mercúrio, que de vez em quando, quebram a pedradas, deixando o povo em sobressalto. Apesar de ser de madeira toda podre, a iluminação é a mais moderna. Às vezes, a prefeitura, prega alguma tábua nos restos da ponte para que o povo continue a passar.

Em cada lado, existem barracas de doces e frutas, e seus proprietários, gente humilde, aposentados que procuram ganhar algum dinheiro”.

Ponte do Rochdale 1 km Depois

Fixa em um lado e outro da margem do Tietê, a ponte do Rochdale ligava o bairro à rua André Rovai, em Presidente Altino. Entre o bairro distante e a movimentada rua de comércio, estava a ponte.

Antiga ponte do Jd. Rochdale

Antiga ponte do Jd. Rochdale

Foi esta ponte a primeira a receber o benefício de ser reconstruída de concreto. A partir daí, e por vários anos, os ônibus "espremeram" os carros e estes, por sua vez, quase "engoliam" os pedestres para poder trafegar. No entanto, nas primeiras décadas da cidade, era a única ponte que integrava um lado e outro da cidade. E, bravamente, fazia muito bem seu papel, mesmo quando as chuvas aumentavam em até três vezes o volume das águas do rio Tietê, que corta a cidade ao meio. E assim ficava durante pelo menos quatro meses por ano o único lugar seguro que o munícipe podia usar. 

Como nas épocas das cheias a ponte do Piratininga ficava indisponível, obrigava a população seguir mais 1 km por rua de terra às margens do rio. O caminho era quase "sabão" no verão e no inverno, os usuários tinham de "comer" poeira até chegar à ponte.

A Ponte Que Desafiou Engenheiros 

Antiga ponte do Jd. Piratininga

A ponte de tambores
da Vl. São José

A ponte de tambores ligava o centro de Osasco à Vila São José e adjacências. Por várias décadas, foi o único meio de travessia para centenas de trabalhadores, sobre o rio Tietê. Esta ponte era administrada e fiscalizada pela recém criada prefeitura do município de Osasco, a quem a ponte insistia em desafiar: passava os oito meses de seca do ano em perfeito estado de uso, porém, na época das cheias era arrastada pelas águas revoltas do rio.

O sistema de travessia mais antigo da cidade eram as balsas e o barcos. Ainda que rudimentares, nunca deixavam os moradores sem ter como atravessar.

A solução de integração entre um lado e outro da cidade só aconteceu com a construção das pontes modernas, seguras e confortáveis que hoje temos. Porém, é bom lembrar que elas não existiram sempre.