Palestra aborda aspectos de saúde e sociais das políticas sobre autismo

por COMUNICAÇÃO — publicado 03/04/2023 14h25, última modificação 04/04/2023 18h01
EPO realizou evento para conscientizar sobre essa condição

Por Charles Nisz. Fotos: Ricardo Migliorini.

Nesta segunda-feira (3), a Escola do Parlamento de Osasco (EPO) promoveu uma palestra sobre o Transtorno do Espectro Autista, por conta do Dia Mundial de Conscientização Sobre o Autismo, comemorado todo dia 2 de abril. Na abertura do evento, Marli Arruda, diretora da EPO, comentou que “lidar com essa condição é dar pertencimento a essas pessoas”.

Carmônio Bastos (Podemos), presidente da Câmara Municipal, enfatizou a necessidade de aprofundamento no tema. “Quanto mais aprendermos sobre o assunto e mais o Legislativo e o Executivo lidarem com o tema, mais chance de termos locais adaptados para os autistas”, disse ele.

A educadora Érica Lemos palestrou sobre o tema na sequência: “Falar de autismo é falar do impacto dessa condição na sociedade e falar de saúde pública. Enquanto a Síndrome de Down afeta uma a cada 10 mil pessoas, o autismo afeta uma em 36 pessoas”.

Segundo a educadora, “causado por problemas neurológicos, o autismo é uma condição e não uma doença". Segundo ela, essa mudança de abordagem sobre o autismo aconteceu nos anos 1990, com a reforma manicomial. Érica comparou a abordagem brasileira com a adotada nos EUA para lidar com o transtorno.

“Lá, o atendimento é feito in loco e adultos autistas vivem em residências com estrutura para atendê-los”. A especialista diz que o diagnóstico precoce ainda é a melhor maneira para lidar com os problemas de saúde causados pelo autismo. “O tratamento precisa ser multidisciplinar, envolver saúde, educação e outros âmbitos da vida”.

De acordo com Érica, 30% das crianças brasileiras têm algum tipo de deficiência e o autismo é a mais prevalente delas: “Nessa transição de uma abordagem puramente médica para o modelo biopsicossocial, ainda faltam profissionais especializados sobre o tema".

Por fim, Érica destacou as dificuldades das famílias em lidar com um parente autista. “O nível de estresse dessas famílias é similar ao de uma situação de guerra. 30% dos autistas cometem suicídio antes dos 18 anos pela falta da sensação de pertencimento”, lamentou ela.

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