Sessão Solene homenageia Marielle Franco na Câmara de Osasco

por COMUNICAÇÃO — publicado 15/03/2023 17h00, última modificação 16/03/2023 17h03
Cinco anos após morte da vereadora carioca, crime permanece não elucidado

Por Charles Nisz. Fotos: Robson Cotait.

Na noite desta terça-feira (14), o plenário da Câmara Municipal de Osasco foi palco de uma forte homenagem para a vereadora carioca Marielle Franco, assassinada em 14 de março de 2018, junto com seu motorista Anderson Gomes. Cinco anos depois, o crime ainda permanece não elucidado, sem conhecimento de quem foram os mandantes desse ato.

Presidida pela vereadora Juliana da AtivOz (PSOL), a Sessão Solene foi realizada no Plenário Tiradentes e contou com a presença de dezenas de mulheres relevantes na política osasquense. Em sua fala, a parlamentar destacou como a política ainda segue uma estrutura “machista, racista e homofóbica”.

Emylly Medeiros, professora municipal e também filiada ao PSOL, ressaltou como ainda se emociona ao se perguntar: “Quem mandou matar Marielle?”. De acordo com a professora, ainda há muita discriminação de gênero e raça e as mulheres sofrem para manter espaços conquistados na política.

As estatísticas corroboram a fala de Emylly. Mulheres são 51% da população, mas ocupam apenas 13% dos cargos eletivos nos parlamentos municipais, estaduais e na Câmara federal. Ao final de sua fala, Emylly relembrou o assédio sofrido pela deputada estadual Isa Penna, no plenário da Assembleia Legislativa de São Paulo.

Kristhel Masterson, jovem osasquense integrante do programa Cidadão Digital, iniciativa criada para promover letramento digital, falou como a violência contra as mulheres e o assédio virtual estão intimamente relacionados. "Durante as últimas eleições, vimos como o uso de fake news foi danoso para a democracia. No âmbito virtual, os ataques contra mulheres têm um alcance quase ilimitado. Discutir violência de gênero envolve discutir internet segura”, disse a especialista.

Ivana Silva, ex-presidente do Conselho Municipal de Saúde, comentou como a experiência de Marielle é inspiradora para muitas mulheres que desejam participar da política. “A energia dela pulsa nas veias de toda mulher com consciência política”.

Já para Simony dos Anjos, secretária para Mulheres do PSOL - Osasco, Marielle não é uma palavra de ordem. “Infelizmente, Marielle não está presente, foi assassinada. Qual será a próxima mulher vítima da violência na política?”, questionou ela. “Marielle Franco teve uma vida interrompida. Será que ela seria prefeita do Rio de Janeiro ou deputada estadual? Será que concluiria seu doutorado? Mais que uma palavra de ordem, ela deve ser lembrada para que outras pessoas não sejam assassinadas por suas convicções políticas”, concluiu Simony.

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