Sessão Solene relembra “Greve de Osasco” de 1968

por COMUNICAÇÃO — publicado 08/08/2022 10h55, última modificação 09/08/2022 14h05
Evento relembrou passagem histórica para os trabalhadores da cidade

Por Charles Nisz. Fotos: Ricardo Migliorini.

Uma greve iniciada por um funcionário da limpeza da Cobrasma — uma empresa de materiais ferroviários que era sediada em Osasco — foi fundamental para o ressurgimento do sindicalismo brasileiro nos anos 1960. No auge da ditadura militar, esse movimento acabou por conquistar aumento salarial de 10% para todos os trabalhadores brasileiros.

Para relembrar e homenagear esses trabalhadores envolvidos nessa mobilização, ocorrida em 16 de julho de 1968, a Câmara Municipal de Osasco realizou uma Sessão Solene na noite desta sexta-feira (05), no Plenário Tiradentes. A sessão foi presidida pela vereadora Juliana da AtivOz (PSOL).

A homenagem está no Calendário Oficial de Osasco por conta do Projeto de Lei 19/2008, de autoria do então vereador Aluísio Pinheiro. O projeto se tornou na lei 4243/2008. Na justificativa da Sessão Solene, a proponente afirmou a importância de preservar a memória de um evento tão importante para o trabalhismo na cidade.

João Joaquim, um dos participantes da mobilização à época, relembrou eventos e pessoas relevantes para o movimento sindical em Osasco. Marinete Brasil foi uma das grevistas e declarou que essa é a “data mais importante para os trabalhadores da cidade, marcada também pela prisão do Padre Pedro, um militante católico e operário”.

Sônia Miranda, esposa de um dos sindicalistas, contou como a greve influenciou até o nome da filha. “Com a demanda pela soltura do meu marido, os amigos queriam que minha filha — cujo nome havia sido escolhido como Denise — se chamasse Liberdade. Ela acabou sendo registrada como Denise Liberdade”.

O ex-operário Laurindo Junqueira relembrou o contexto geopolítico da época. “Além da ditadura militar no Brasil, o mundo passava por um conflito bélico muito intenso — a Guerra do Vietnã”. De acordo com Junqueira, os eventos externos também influenciavam de maneira muito forte a conjuntura nacional.

Gilberto Almazan, dirigente sindical e conhecido como Ratinho, ressaltou a importância dessas entidades para a formação política dos jovens nos anos 1960. “Todas essas mobilizações eram construídas nos sindicatos. Osasco hoje tem seis mil operários e, em 1968, somente em duas fábricas, eram 12 mil”.

“Há semelhanças entre esse período histórico e o presente. Isso reforça a importância de resgatar nossa história como uma cidade fabril e sindical”, disse a parlamentar Juliana da AtivOz. No fim da solenidade, a vereadora presenteou esses trabalhadores com flores e com camisas alusivas ao movimento grevista de 1968.

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